Apresentaçao do programa eleitoral autarquicas 09


A CDU/Paredes apresentou, no passado dia 29 de Setembro, o seu Programa Eleitoral para o concelho de Paredes. Educação, Urbanismo, Ambiente e Cultura foram as principais áreas abordadas pelo candidato à Câmara Municipal de Paredes, José Calçada. Após as perguntas e repostas entre jornalistas e orador, seguiu-se um lanche-convívio numa sede de campanha repleta de camaradas e amigos da CDU.

Segue-se as principais linhas programáticas da Candidatura Eleitoral da CDU/Paredes:

1. Escolas e jardins-de-infância – Sempre defendemos que todas as freguesias devem possuir a sua escola “primária” e os seus jardins-de-infância, devidamente instalados e equipados. A CDU foi a única força política que votou contra a Carta Educativa de Paredes, porque não queremos que desapareçam as escolas em Aguiar de Sousa, Parada de Todeia, Vandoma, Vila Cova, Astromil, Louredo e na Madalena, ao contrário do PSD, do PS e do CDS, que votaram, todos, pelo desaparecimento das escolas nessas freguesias, e que agora, em véspera de eleições, andam a tentar dar o dito por não dito. Nestas idades do pré-escolar e da “primária”, as nossas crianças não podem nem devem andar a ser transportadas de um lado para o outro, com o desenraizamento, a desumanização, a perda de identidade e a insegurança que tal implica. Queremos, em todas as freguesias escolas pequenas, próximas, confortáveis, alegres e humanizadas, onde cada criança seja uma criança. Não queremos as nossas crianças transportadas para um grande armazém, onde cada criança é apenas um número, longe dos pais, dos avós tão importantes nestas idades e até da paisagem a que pertence!

2. Água e saneamento básico – Sempre defendemos que a gestão e exploração do sistema de abastecimento e tratamento de águas do Concelho deve voltar para a Câmara, ao mesmo tempo que devem ser mantidos e apoiados os sistemas criados pelas populações e cooperativas locais de Parada de Todeia, Gandra, Sobreira e Recarei. A entrega do abastecimento e tratamento das águas à empresa privada Águas de Paredes, da multinacional francesa Veolia, tem-se revelado um verdadeiro desastre, quer em termos da população abrangida pelo abastecimento, quer em termos dos utilizadores do saneamento. Desde 2001 e até Dezembro de 2007, o nosso Concelho ficou praticamente parado: é esta a “qualidade de serviço” prestado pela Veolia, que, no entanto, os munícipes pagam, e muito. Alguma vez se ouviu uma palavra do PSD, do PS ou do CDS contra este negócio da privatização da água no nosso Concelho? E será que alguém se esquece da vergonha que constituem a ETAR de Castelões de Cepeda e a mini-ETAR de Baltar? E de quanto temos vindo a pagar pela água, pelo saneamento e pelas taxas de ligação? E da mais absoluta falta de apoio nesta matéria às nossas pequenas e micro-empresas?

3. Urbanismo, requalificação urbana e ambiente (1) – As cidades de Gandra, Rebordosa, Lordelo e Paredes continuam a ser vítimas da falta de um investimento sério e programado na sua qualidade urbanística. Mais do que de grandes obras que servem para encher-o-olho, do que precisamos é de um conjunto de pequenas obras que, revelando a atenção diária da autarquia ao que se passa à sua volta, permitam melhorar a vida e defender o bem estar dos seus cidadãos. Exemplos? A requalificação da Praça/Parque de José Guilherme, em Paredes, parece-nos uma obra positiva da Câmara – mas o Concelho não pode continuar a possuir cidades com esgotos que ainda correm a céu aberto! O Parque da Cidade, também em Paredes, continua a ser uma obra de que a Câmara deve orgulhar-se – mas uma fatia do Parque já foi entretanto comida por um brutal edifício de apartamentos! Não podemos permitir que a expansão do Parque fique comprometida, transformando-o no quintal-das-traseiras de empreendimentos imobiliários privados! Outra obra positiva desta Câmara revela-se na implantação de contentores subterrâneos para a deposição separada dos lixos domésticos, assim contribuindo de maneira significativa para a defesa da saúde pública, mas nota-se a ausência de uma política pedagógica para a sua correcta utilização, eventualmente acompanhada no terreno pela Polícia Municipal.

4. Urbanismo, requalificação urbana e ambiente (2) – Na cidade de Paredes, a requalificação da Avenida da República e do espaço-da-Feira constitui um exemplo do que não deve ser feito: foi dinheiro deitado à rua. Nunca em lado algum alguém viu uma ciclovia ou uma ecovia posicionada daquela maneira, isto é, tendo de ser continuamente atravessada pelos automóveis que entram ou saem do estacionamento. Isto, que não lembra ao diabo, lembrou à Câmara Municipal! Por outro lado, se a ideia é tornar a Avenida atractiva para se andar a pé, por que é que ela não aparece claramente sinalizada como Zona Prioritária de Peões, tal como está previsto no Código da Estrada, e por que é que não possui uma sucessão de lombas longas, para reduzir a velocidade dos veículos e defender a segurança de quem passeia ou faz as suas compras? E por que é que o estacionamento não é em espinha, porque mais fácil, mais racional e mais seguro? E por que é que, ao contrário do que sucede, a circulação não é descendente? E por que é que a Câmara não coloca nos locais certos da cidade painéis informativos chamando a atenção para o facto de a Avenida poder ser considerada um autêntico Centro-Comercial-a-Céu-Aberto? O comércio tradicional tem de ser defendido dos tubarões das grandes superfícies. Ao fazê-lo, defendemos também a vida das nossas cidades enquanto espaços de convivência. Claramente, esta Câmara não tem dado mostras de perceber isto! Não ouve os cidadãos, não ouve os comerciantes, só fala ao espelho. Também por isso, temos o espaço-da-Feira transformado num autêntico jardim-de-pedra e não se percebe para que foram tantas obras e tanto dinheiro (mal) gasto. Incapaz de dialogar com os Senhores feirantes para se encontrar uma solução que fosse ao encontro dos seus interesses e dos da cidade, e depois de gastos centenas de milhares de euros, o espaço-da-feira voltou ao que era antes! Se isto é “fazer bem as coisas certas”, como diz um cartaz do novamente candidato do PSD, então já estamos todos avisados… Aliás, também deve ser por “fazer bem as coisas certas” que o Senhor Celso Ferreira conserva um inaceitável e vergonhoso bairro-da-lata a pouco mais de cem metros do edifício da Câmara!

5. As promessas (dos outros) e os (nossos) compromissosA CDU não faz promessas, a CDU assume compromissos. Eis uma lista de algumas das promessas do Senhor Celso Ferreira: o Pias 2000 (lembram-se?), o Parque de Campismo, os campos de golfe, a IKEA, o Parque de Exposições de Rebordosa, a pista de Fórmula 1, a Universidade, o pólo do MIT e, mais recentemente, a Cidade Inteligente, o Planit Valley, um investimento de milhares de milhões de euros, ocupando 17 km2 de terrenos – cujos proprietários não sabem ainda de nada! – de Parada de Todeia, Recarei, Sobreira e Aguiar de Sousa, e prometendo a criação de dezenas de milhares de empregos. [Por que é que a Câmara, por exemplo, com os pés bem assentes na terra, não se preocupa em pressionar o Governo do Eng.º Sócrates de modo a garantir o alargamento do horário de atendimento da Unidade de Saúde Familiar de Gandra até às 20.00 horas?]. Num Concelho como o nosso, onde a taxa de desemprego subiu mais de 50% no último ano e meio, e onde as empresas, quase todas pequenas e micro, se debatem com gravíssimos problemas, nada melhor do que encher a boca com promessas que, se realizáveis, em muito ultrapassariam o âmbito de competências dos poderes autárquicos. Pode sempre dizer-se que o desemprego e o seu agravamento não são da responsabilidade da autarquia – mas são em grande medida uma consequência da aprovação na Assembleia da República do novo Código do Trabalho, com os votos do PS, do PSD e do CDS, e, que se saiba, o PS, o PSD e o CDS de Paredes não se demarcaram dos seus amigos da Assembleia da República. Aliás, o candidato do PS à Presidência da Câmara, Artur Penedos, dá-se até ao luxo de prometer que, se for eleito, criará um gabinete de apoio aos desempregados, como se, na qualidade de assessor de Sócrates para os assuntos do trabalho, não tivesse nada a ver com um Código que está a atirar milhares de trabalhadores para o desemprego! Ou será que Artur Penedos, afinal, também não gosta do Código do Trabalho do Eng.º Sócrates, mas, como é muito envergonhado, ainda não disse nada a ninguém?...

6. Cultura e actividades culturais – É preciso definir de uma vez por todas um programa de apoio ao desenvolvimento das actividades culturais do nosso Concelho. A Câmara não tem necessariamente que pretender fazer ou controlar todas as coisas, mas tem o dever de, em estreita colaboração com as numerosas associações existentes no Concelho, e também com as escolas, apoiar e criar condições para o desenvolvimento tranquilo e sustentado dessas actividades, na música, no teatro, no folclore, etc. Sem menosprezo de nenhuma, deixemos aqui o exemplo da enorme qualidade das bandas de música de Cete, de Vilela, de Baltar e de Paredes, e ainda da Orquestra Ligeira do Vale do Sousa. A dedicação e a qualidade destas entidades mereciam uma outra atenção por parte da Câmara. As associações não podem continuar de chapéu na mão a mendigarem uma esmola, sendo ainda uns tratados como filhos e outros como enteados. Para além disso, continua a faltar em Paredes um verdadeiro Auditório Municipal, construído de raiz, uma vez que o Palacete da Granja já não dá resposta às necessidades. Mesmo aqui ao nosso lado, veja-se o excelente Auditório de Lousada – e estamos à vontade para dar este exemplo, porque toda a gente sabe que não se trata de uma autarquia da CDU. Claro que, por exemplo, não podemos deixar de concordar com a necessidade de apoio às Festas Grandes da Cidade de Paredes por parte da autarquia, mas uma certa contenção de custos certamente permitiria deslocar algumas verbas para o apoio continuado às associações. O problema não é o da falta de dinheiro – o problema é o das prioridades que definimos para a sua utilização. E também de saber se temos ou não coragem para prestar contas às populações, dizendo-lhes o que fazemos e por que o fazemos. Trata-se, esta, de uma prática que a Câmara de Paredes não cultiva.

7. Com a CDU, votando na CDU, é possível viver melhor em Paredes – A CDU possui uma experiência profunda de um trabalho autárquico ao serviço das populações e em permanente diálogo com elas. A CDU governa dezenas de Câmaras Municipais por todo o país e centenas de Juntas de Freguesia. Todos reconhecem, até os nossos adversários políticos, que desenvolvemos em todas elas um trabalho exemplar – sob o lema Trabalho-Honestidade-Competência. Mesmo no nosso Concelho, é possível à CDU ganhar eleições autárquicas. Veja-se o caso de Parada de Todeia, onde há quatro anos até passámos de maioria relativa para maioria absoluta e onde, pela primeira vez, até fomos os mais votados quer para a Câmara quer para a Assembleia Municipal. Assim, e para além de Parada, é possível à CDU reforçar a sua votação e a sua influência em todas as freguesias, é possível à CDU aumentar o número de eleitos na Assembleia Municipal – e é possível à CDU eleger um vereador para a Câmara Municipal. Pelo estilo de trabalho que é típico dos eleitos da CDU, a presença de um vereador da CDU na Câmara de Paredes faria dela uma Câmara completamente diferente – demonstrando que é possível viver melhor em Paredes. Porque a CDU tem soluções para uma vida melhor!

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